De dois em dois anos acontece o Being Gathering (http://being-gathering.org) em Idanha-à-Nova na Boomland. São 5 dias em que saímos do sistema em que vivemos e fazemos uma ode à vida. Desligamo-nos do mundo, seja pelos equipamentos, seja psicologicamente e dedicamo-nos em plenitude à família, aos amigos, ao ambiente, à música, às terapias, à comida saudável e sobretudo a nós mesmos. O Being não é um festival de “freaks” mas sim de pessoas que se questionam sobre o nosso modus operandi em termos de sociedade. E sim, é uma mescla de uma série de tribos que coabitam durante estes dias em paz, amor e harmonia, numa total atitude de “slow living”. Apesar da excelente organização e de um programa recheado, na Boomland nada é um compromisso, a não ser o ato de ser e partilhar.

Este ano, a chegada a esta terra, para nós sagrada, teve um gosto especial porque seria a primeira vez que levaríamos o Congo, nosso filho. Eu e a Inês parecíamos duas crianças num excitamento contagiante, porque para nós esta estadia representa a utopia de como gostaríamos que este mundo fosse, onde a conexão e respeito pela natureza é total.

Esta terra do Peter Pan permite-nos viver com e para a família, sem o peso dos compromissos, regras e problemas mundanos. E o Martim viveu-a intensamente com toda a liberdade e amor que uma criança deve ter para o seu desenvolvimento num ser humano consciente e apreciador do que a vida tem para nos dar.

“Não faças isso”, “Não te sujes” ou “Não toques naquilo” são exemplos de frases que não existem neste espaço de tempo, a exploração e descoberta são ordem do dia e todos fazemos para que isso seja regra. As crianças são livres de ser neste ambiente calmo, aprendem os verdadeiros valores humanos da empatia, da vida em comunidade, da partilha e por estas e muitas outras razões não se ouvem birras ou repreensões.

Com algum planeamento, uns protetores de ouvidos e um mini-truck, que valeu cada cêntimo do investimento, todos tivemos o nosso tempo. Não houve sesta ou rotina que nos desviasse dos nossos compromissos parentais, tudo acontece naturalmente e todos podemos usufruir de cada momento.

O Martim saí daqui com o coração cheio, e eu como pai com um sentimento de mais uma missão cumprida, dar-lhe a possibilidade de sentir o que é importante na vida: o AMOR.

By Francis




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