É o fim de uma conversa de praia que me deixou perplexo vindo de uma pessoa da minha geração. A idade e a pressão social fazem com que aquela ligação à natureza que sempre foi motivo de felicidade se dilua num mar de preocupações, obrigações e responsabilidades que um “bom” adulto deve acartar.
Sentado na areia a contemplar as camadas de gordura que esta sociedade nos tem acumulado através dos seus produtos processados, chego à conclusão que esta é a realidade crua de uma civilização que se deixou entregar à ignorância. E o mais dramático é que somos homo sapiens, uma espécie com capacidades únicas se educada para tal, mas no entanto fomos formatados para seguir certos modelos de vida que apenas a alguns favorecem. Enquanto não percebermos que somos um só mega organismo em evolução, que a nossa história é escrita por todos e que só trabalhando em conjunto, para um bem comum, seremos capazes de garantir a continuidade da nossa espécie. Vamos continuar a viver as nossas vidas num sistema desactualizado que nos mantém na depressão e repressão. Podemos ser tão mais do que estamos a ser… Como? Aprendendo sobre alimentação para cuidar dos nossos filhos de forma preventiva evitando os fármacos como única solução, questionando o sistema educativo e orientando as futuras gerações a serem seres conscientes de um planeta finito que precisa de novo das suas “bactérias” para o curarem. Chegou a hora de perder o medo e criar projetos que nos potenciem a criatividade e nos voltem a conectar com a nossa natureza. Natureza esta que tudo criou numa ordem específica, única e irrefutável que nos faz estar aqui hoje a pensar nas escolhas que fazemos. Precisamos todos cultivar mais humildade e empatia, características exclusivas a nós seres humanos, seres pensantes.
Tendo todos estes aspectos em conta, como posso comportar-me como uma criança que fez asneira e agora aguarda o julgamento do progenitor? Deus, independentemente do qual, não vai descer à terra para nos dar um futuro de qualidade com uma varinha mágica igual à do Harry Potter. Estamos infelizes porque estamos desconectados do real e conectados ao virtual.
By Francis