Sempre fui a maior doçeira da história (e ainda sou…my kingdom for chocolate & peanut butter), mas desde que o Congo nasceu tornei-me numa super chata-fundamentalista-freak-das-festas-de-anos no que toca a kids & sugar. Ou alias… babies & sugar porque a partir de uma certa altura eles saem-nos da asa e já fica mais complicado evitar que fujam das festas dos amigos cheios de doces nos bolsos. Mas enquanto conseguir protege-los do contacto desenfreado com este mundo altamente viciante cá estarei de espada e escudo em punho na brigada contra o açúcar!

“Pronto, além de um filho vegetariano, a coitada da criança também não toca em açúcar!” (eu sei, eu sei, sou a pior mãe do século), mas parece me que estou a criar um miúdo saudável, super confiante e sempre bem disposto por isso se calhar até não sou assim tão má.

O açúcar é tão ou mais viciante que a cocaína e condiciona o palato das crianças. O seu consumo produz seratonina e dopamina que nos transmitem bem estar e felicidade, dai ser tão natural e o seu consumo já estar tão enraizado na nossa sociedade. Mas e se em vez de açucar oferecessemos cocaína às crianças, já que nos activa os mesmos neurotransmissores? Isso seria absolutamente surreal e mal visto. Então porque somos tão permissivos em relação ao seu consumo? Por falta de informação. Por preguiça. Porque toda a gente o faz. Porque já está mundialmente enraizado. Porque “é so um doçinho…coitadinho”.

É muito fácil ensinar as crianças a comer bem. Basta não lhes oferecer ou explicar que faz mal, se elas não virem os pais a comer também não terão grande interesse. Nas festas de anos o tema é outro porque na grande maioria as mesas estão carregadas de coisas sem qualquer valor minimamente nutritivo e aquele arco iris de “alimentos” chama sempre a atenção das crianças. Ok, e agora vão me dizer que “é so um dia, não tem problema nenhum” ou “eu também comi e ainda aqui estou super saudável”. Têm problema sim! É chocante ver o exagero de açúcar que os minis ingerem, nunca é só um dia! É chocante a falta de interesse dos próprios pais em tentar mudar este paradigma. Dá trabalho, pois dá, mas é tão gratificante ver crianças a saborear de igual forma um brigadeiro feito de tâmaras, um sumo natural ou uns muffins de cenoura, como se estivessem a comer os mesmos alimentos mas na sua versão maléfica.

Se querem introduzir estas tácticas mas não sabem bem por onde começar, uma ideia simples é a de deixar apenas o bolo de anos para o momento alto do dia, aka, sugar overdose. Tudo o resto façam à base de fruta, bolachas de aveia, façam hummus com palitos de cenoura (as crianças costumar adorar), até brownies de batata doce e cacau hoje em dia se fazem (que by the way são uma delicia). Agora imaginem se esta consciência já se tivesse formado no tempo das nossas avós? O Grande Livro de Cozinha da Pantagruel não tinha vendido mais do que meia dúzia de volumes e não éramos um dos países europeus com maior índice de obesidade infantil.

Mudar hábitos alimentares é um processo longo e que dá algum trabalho mas in the end of the day todos nós queremos ver os nossos filhos a crescer saudáveis, queremos encher-nos de orgulho porque ganharam o campeonato de surf ou ténis, porque tiveram a nota X ou Y naquele exame de geografia. Por isso vá… troquem lá a taça de leite meio-gordo com Chocapic por uma de leite vegetal com granola caseira ou por um smoothie fresquinho de fruta e devagarinho eles vão deixar de estranhar estes novos sabores e irão passar a pôr os “alimentos” cheios de açúcar de lado.

Good Luck na mudança e se tiverem dúvidas estou aqui para ajudar.

By Noki

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